Arte Urbana é a arte das ruas. Uma arte sem igual, de ideias e estilos variados, cuja único denominador comum é o de se realizar nas ruas das cidades, dos países, do Mundo.
Arte Urbana
Arte Urbana ou Street Art denomina a arte realizada nos meios urbanos, mais concretamente nas ruas, em locais públicos. É uma arte que constitui uma manifestação artística, de interacção com os indivíduos, através de intervenções, performances artísticas ou desenhos/imagens estáticas (grafite, etc). Uma obra de arte quando realizada no local pré-definido como centros culturais, museus ou galerias, transmite determinada informação e expectativa pois oferece, desde logo, a garantia de que determinada tipologia de arte será ali exposta. Uma obra de arte quando realizada nas ruas, quebra esse estigma e permite o realçar de diversas culturas, pertencentes às cidades e às pessoas.
Por um lado, Arte Urbana visa quebrar a ideologia de que a arte se circunscreve aos centros artísticos ou museológicos e despoletar uma revolução nas artes, trazendo-as para as ruas e para todos os indivíduos, sem qualquer tipo de condicionalismos. Propõe, também, revolucionar a conceptualização de arte para a sociedade e, assim, demonstrar que a arte não se cinge apenas às telas e a esculturas milimetricamente simétricas ou perfeitas. Nesse sentido, introduz uma nova linha de obras de arte baseada em interacção com o público e excentricidade, que se concretiza em intervenções ou performances digitais, esculturas de objectos do quotidiano, renovação de infra-estruturas através de pintura ou escultura. No seu todo, constitui-se como uma arte marginal, das ruas, que não se prende a nenhum padrão estético
Por outro lado, Arte Urbana pretende ser um meio de comunicação das massas, um meio de vocalizar os valores e ideais daqueles que necessitam de uma voz, uma forma de globalizar a liberdade de opinião. É, também, uma meio de propaganda face a questões político-sociais, a questões do quotidiano que ainda não são devidamente encaradas. Por fim, é um meio de dar outra visão das potencialidades dos meios urbanos e da capacidade de manifestação cultural não de um grupo de elites mas de todo os indivíduos.
![]() Obra de David Pintor, 2014Obra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónima, 2014Obra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra na Rua de Cedofeita, no Porto. |
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![]() Obra de Klia AlvaiObra na Rua de Cedofeita, no Porto. |
História de Arte Urbana
Considera-se que Arte Urbana já existia desde Antiguidade, na Grécia Antiga e no Império Romano, os gregos e romanos, que transmitiam mensagens de carácter político ou de divulgação artística nas paredes dos edifícios das cidades. Esses desenhos em forma de rabiscos artísticos eram uma forma de representação da História das respectivas nações e povos, formas culturais de entretenimento, forma de difusão de interesses populares. Eram também obras de propaganda política, ou de confronto às entidades governativas ou meio de os governos falaram com as massas, dissimuladamente.
Arte Urbana, como expressão verbal, surgiu nos Estados Unidos na década de 70. Como meio artístico, o seu surgimento associa-se, ainda ao conceito de culturalismo ou urbanismo culturalista, através de figuras pré-culturalistas como John Ruskin ou William Morris e urbanistas culturalistas como Camillo Sitte e Ebenezer Howard. O urbanismo culturalista designava a ideia de traços de desenho refinados, das cidades. Com esta conceptualização de urbanismo culturalista, ´torna-se possível teorizar acerca desse “desenhar” de uma cidade, concluindo-se que implica determinada flexibilidade, criando-se o conceito de Arte Pública que substituiria a Arte Urbana. Por sua vez, Arte Pública viria a implicar condicionalismos na ordem das autorizações de entidades municipais e dos proprietários de edifícios que são alvo de obras artísticas, retornando ao conceito de Arte Urbana em vez de Arte Pública. Assim sendo, Arte Urbana passou a designar no seu todo, todas as manifestações artísticas realizadas em espaço público e colectivo, com ou sem autorização das entidades públicas.
Arte Urbana teve grande impacto noutras áreas do globo, ao longo dos tempos, nomeadamente na América do Sul e, em particular, no Brasil. A América do Sul vê surgir esta tendência artística no decorrer de períodos conturbados para vários países, que se encontravam sob ditaduras militares.
O Brasil era um desses países que na década de 70 se encontrava em pleno conflito interno, devido à chegada ao poder dos militares. A Arte Urbana constituiu dessa forma um meio de comunicação que permitia transmitir mensagens de inúmeras vozes e sem condicionalismos, sendo o Grafite a forma principal de Arte. Grafite passou, essencialmente, a ser utilizado como forma de expressão de opinião acerca da conjuntura política, económica, cultural e social do país e, marcou um ponto de viragem na Arte, pois esta deixa de poder ser exposta apenas em museus em galerias para poder ser apresentada em espaço público. Essa simultânea globalização e exteriorização da arte para a rua permitiu, ainda, uma união das culturas do centro e periferias das cidades, reduzindo a distância e estratificação social das populações pelas zonas de residência. O alastramento do Grafite e, consequentemente, da Arte Urbana é largamente facilitado pela característica de anonimato que o graffiter ou writer tira partido para realizar as suas obras.
Grafite passa a ser visto como arte da cidade, na cidade e para a cidade. Globalmente, o Grafite brasileiro começou a integrar os rankings mundiais e o alargamento do reconhecimento da Arte Urbana como forma de Arte incentiva ao surgimento de inúmeros artistas reconhecidos a nível mundial, como Eduardo Kobra, Alex Hornest, Alessandro Vallauri, Ramon Martins, Gustavo e Otávio Pandolfo (Os Gémeos.
O traços artísticos diversos que forma a palete de técnicas de Arte Urbana desenvolvem-se imensamente, entre a década de 70 e 80 e para além dos anos 80. No entanto, na década de 80, entre o desenvolvimento das novas tecnologias, a contínua e crescente industrialização e com o input experimental de diversos artistas e autores como Kurt Wenner, surge a Arte 3D que viria a ser reconhecida como Arte Urbana nos moldes de instalação artística.
![]() Obra de Mots&Mesh&FedotzObra de arte urbana na Rua Diogo Brandão, no Porto. |
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Técnicas de Arte Urbana
Arte Urbana é um meio artístico muito diversificado, pois não tem regras nem ideias pré-definidas. O artista pode obter as sua inspiração em qualquer lugar, em qualquer objecto e pode escolher a forma como representa a sua obra, tal como o local onde a expõe.
Relativamente à concretização e representação da obra de arte, os artistas urbanos podem utilizar diversas técnicas, umas ligadas ao desenho e à pintura, outras ligadas ao teatral, interactivo e, mesmo, digital.
Arte Urbana apresenta uma faceta manual e multifacetada através de técnicas como: Grafite, desenhos ou escrita feita em carvão, com a utilização de tintas de spray e marcadores, podendo assinar anonimamente, com nomes artísticos, com nome próprio ou com as suas iniciais, escritas e caligrafadas; Autocolantes e Colagem, também designada como “Sticker Art”, como aplicação de adesivos nas paredes; Cartazes ou “cartazes lambe-lambe”, através da aplicação de cartazes desenhados ou graficamente impressos, que se colam nas infra-estruturas das cidades; Poster Bombs; Wheatpaste, que consiste no uso de uma pasta composta essencialmente por farinha, utilizada na concretização de esculturas em papel, posters ou cartazes, desenhos ou pinturas em papel coladas nas ruas e que é acessível, fácil de fazer, eficaz e económica; Stencil Grafite: uma tipologia de Grafite, que consiste no uso de uma série de recortes pré-concebidos, que facilitam o contornar do desenho em papel ou nas paredes, permitindo o preenchimento do conteúdo do recorte com tintas de spray e de marcadores.
De outro modo, apresenta uma faceta mais interactiva e tecnológicas pelo uso de técnicas que revolvem à volta da teatralidade e do digital, como: Estátuas Vivas, uma forma de entretenimento teatral turístico que se exige uma capacidade estática do corpo do artista e uma caracterização artística do mesmo, como pinturas e adereços de vestuário que caracterizem a personagem que o artista personifica; Apresentações, de carácter teatral, musical ou de circo (malabaristas, palhaços, etc), a solo ou em grupo; Instalações, qualquer forma de manifestação artística que tenha o propósito de provocar uma mudança no cenário em que se insere (objectos, materiais distintos, etc); Flash Mobs, interpretações de dança com música que envolvem um grupo de grandes proporções que surge in cognito em público, geralmente em locais com grandes multidões, com o objectivo de surpreender o público em grande escala; Esculturas ou obras esculpidas de forma criativa, em diversos materiais como a argila, a pedra, o metal e a cerâmica; Instalações de Rua ou como meio de utilização dos espaços urbanos para recriação de um cenário artístico, com o objectivo de promover algo; Intervenções de Rua, formas interactivas de Arte Urbana que têm como objectivo uma crítica político-social e a provocação de uma mudança social, realizando-se sobre obras de arte existentes, em interacção com as pessoas e em determinadas áreas específicas; Projecções de vídeo, formas interactivas de arte urbana, recorrendo a imagens ou animações projectadas numa parede ou num edifício; Arte 3D ou Tridimensional, que pode ser concretizada com giz ou tintas, com o objectivo de criar uma ilusão óptica aos espectadores.
![]() Obra anónimaObra na Rua da Torrinha, no Porto. | ![]() Obra de David Pintor, 2014Obra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra criada em azulejo, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obras anónimas e de CostahObras à esquerda e à direita (anónimas) e obra no meio (Costah) na Rua Miguel Bombarda, no Porto. |
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![]() Obra anónimaObra em azulejo na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra de Tina SiudaMural na lateral do Hotel Mercador, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra de CheiObra na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra de Mr.Dheo e ParisObra na montra dos Armazéns Castelo, com parceria com a Livraria Lello, na Rua das Carmelitas, no Porto. | ![]() IMG_0518Obra na Rua Silva Pinheiro, em Matosinhos. |
![]() Obra anónimaObra na Rua Silva Pinheiro, em Matosinhos. |
Arte Urbana em Portugal
A Arte Urbana é um fenómeno geracional e global, como tal funcionando com uma atracção às cidades, nacional e internacionalmente. Um meio de renovação das cidades e das infra-estruturas, um meio de expressão alternativo, as entidades municipais encaram a Arte Urbana como uma forma de atracção de públicos nacionais e internacionais para as respectivas cidades, uma forma de rentabilizar tudo o que cada cidade tem para oferecer.
Nesse sentido, realizam-se inúmeros eventos e instalações por todo o país. Muitos são os artistas que contribuíram para o encanto artístico das cidades portuguesas, estendendo-se ao longo da geografia portuguesa com obras artísticas de reconhecimento internacional, nomeadamente: Bordalo II na Covilhã; Ella & Pitr em Abrantes; Odeith em Setúbal; Vhils no estaleiro de Lisnaves em Cacilhas; roteiros de obras de Costah e Hazul, individualmente e colectivamente, no Porto; a nova parceria entre a parceria Lello e os artistas Mr. Dheo e Pariz One, da qual resultou a fachada de renovação da Livraria Lello; e inúmeras obras de artistas como Os Gêmeos, C215, Miguel Januário, Hugo Makarov, Mário Belém, Nuno Saraiva, Pedro Soares Neves, UAT, Vanessa Teodoro, Add Fuel e Gonçalo MAR, em Lisboa, em Coimbra e no Porto, entre outros locais.
Importante referir os eventos de Arte Urbana realizados quer para promoção da mesma e de artistas locais, quer como forma de atrair artistas internacionais ao país e quer como integrante nos programas de animação das cidades sazonalmente. De alguns dos eventos, destacam-se AgitÁgueda – uma intervenção urbana com guardas-chuva -, Walk&Talk – Festival de Arte Pública em Ponta Delgada, São Miguel – e Festival de Arte Urbana Wool na Covilhã.
As iniciativas de Arte Urbana não se cingem apenas às parede de edifícios degradados ou a evento promocionais. Em Portugal, actualmente, Arte Urbana realiza-se em qualquer superfície e segundo estilos ou do artista ou da zona que se insere, pois nem sempre o artista faz a obra à medida dos seus interesses mas dos interesses ou culturas circundantes.
O Porto é um exemplo interessantíssimo, dado que tem uma particular tendência para realizar arte nas caixas de eletricidade, transformando-as de uma simples infra-estrutura da rua a uma obra de arte. As caixas de eletricidade podem ter dizeres ou provérbios populares, frases caricatas, poemas portuguesas ou podem ser uma representação de produtos de consumo.
No Porto é importante salientar a ligação íntima de diversas instituições com a propagação de Arte Urbana, nomeadamente entre a Livraria Lello & Armazéns Castelo com Mr.Dheo e Pariz One e, entre a hamburgueria artesanal Steak n' Shake com a artista conceituada, Joana Vasconcelos. (Como referido na Reportagem Impactos da Arte Urbana.)
Por um lado, a Livraria Lello é uma instituição com 100 de história, uma marco cultural e patrimonial para a cidade e o país, que adquiriu recentemente os Armazéns Castelo, outra instituição com imensa história e tendo criado uma ligação entre a livraria, como espaço cultural e de atracção turística e, os Aramazéns Cstelo, como espaço de venda de souvenirs e merchandising artesenal e/ou ligado à livraria. A Livraria tem uma estreita relação com Arte Urbana, dado que em fases de anterior renovação estabeleceu uma parceria com Mr. Dheo e Pariz One, que realizaram uma obra em conjunto para a fachada da livraria. Mais além, de forma a acentuar a ligação entre os dois espaços, as montras dos Armazéns Castelo forma renovadas e tendo desenhos artíticos, rabiscados em tinta de vidro, de escritores famosos como Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa, Luis de Camões, William Shakespeare e Antoine de Saint-Exupéry.
Por outro lado, tem-se a ligação entre Steak n' Shake e Joana Vasconcelos.
Como conta Vasco de Magalhães na entrevista acerca dessa ligação, o edifício encontrava-se em mau estado e necessitado de uma intervenção, sobretudo na parede lateral, que se considerava ter imenso potencial. Conhecendo a Arte de Joana Vasconcelos e defendendo que a cidade necessitava de um elo de ligação e animação na zona em questão, a marca de restauração deu total liberdade à artista, tendo ela realizado uma obra belíssima de cores exóticas e apelativas em azulejo em toda a fachada lateral do edifício.
A hamburgueria foi inaugurada com a presença da própria artista e desdelogo, se notou o impacto que obra teve junto dos habitantes e turistas, pois funcionou como um autêntico foco de atracção.
Similarmente, ambas as parcerias encaram Arte Urbana como uma renovação das cidades, a nível artístico e cultural, embora como posturas e estratégias adequadas ao respectivo modelo de negócio. Contudo, surgem divergências em relação ao impacto económico, de turismo e de comércio. A Livraria Lello entende que como instituição que é, os turistas são atraídos não por obras de arte urbana que possam ser expostos ou não (obra de fachada por Mr. Dheo e Pariz One, Shelter por ) mas pela história associada à livraria. O Steak n' Shake afirma que pela dimensão e beleza do mural, tal como e reconhecimento da artista, provocam uma maior atracção turística e populacional que logicamente poderá interessar-se pelos menus que oferecem, contribuindo assim para aumentar a clientela e aumentar a margem de lucro.
Roteiro de Obras de Arte Urbana de Costah & Hazul

Obra na Rua de Adolfo Casai Monteiro, no Porto.

Obra de Costah na Rua de Adolfo Casais

Obra de Hazul em Matosinhos.

Obra na Rua de Adolfo Casai Monteiro, no Porto.
Parcerias de Arte Urbana

Parceria entre a Livraria Lello e os Armazéns Castelo.

Parceria entre a Livraria Lello e os Armazéns Castelo.

Mural na fachada do Steak n' Shake.

Parceria entre a Livraria Lello e os Armazéns Castelo.
![]() Obra Arte sem donoObra que retrata o artista Vhils, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra Arte sem donoObra que retrata o explorador Vasco da Gama, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra Arte sem donoObra que retrata o escritor e filósofo António Ferreira da Cunha, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra Arte sem donoObra que retrata António Sérgio, na Rua Miguel Bombarda, no Porto. | ![]() Obra de Arte sem donoObra que retrata António Variações. |
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![]() Obra tosObra de propaganda à loja My House for Fashion, na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra de Arte sem donoObra que retrata D.Dinis. | ![]() Obra de Arte sem donoObra que retrata Soares dos Reis. | ![]() Obra anónimaObra de propaganda à marca de sabonetes Yoga, na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra com poema de Florbela Espanca, na Rua de Cedofeita, no Porto. |
![]() Obra anónimaObra com poema de Florbela Espanca, na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra de Mirjam SiimObra na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra de Hélia KluaiObra de arte urbana na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra de arte urbana na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra de propaganda a Limpa-Metais, na Rua de Cedofeita, no Porto. |
![]() Obra anónimaObra de propaganda ao Azeite Extra, na Rua de Cedofeita no Porto. | ![]() Obra de Mirjam SiimObra na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra de Mirjam SiimObra na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra que pretende retratar uma lata de sardinhas enlatadas, o bem de consumo, na Rua de Cedofeita, no Porto. | ![]() Obra anónimaObra que pretende retratar uma lata de sardinhas enlatadas, o bem de consumo, na Rua de Cedofeita, no Porto. |
Arte Urbana no Mundo e do Mundo - Artistas
Actualmente, Arte Urbana constitui um movimento artístico repleto de artistas de inúmeras nacionalidades e com as mais diversas culturas e histórias, sendo estas parte da inspiração que inserem nas suas obras de arte, que depois complementam com a sua perspectiva do mundo.
Inúmeros artistas realizam as suas obras e não assinam de forma clara, utilizando iniciais ou nomes artísticos, por vezes quase que unicamente identificados pelo estilo das suas obras. Mundialmente, alguns artistas sobressaem mais pelo estilo das suas obras, pelos locais que escolhem ou pelas mensagens que passam, como nomeadamente: Vhils, artista conhecido pela linha de estilo artístico que escolheu para as suas obras, a escultura em paredes ou edifícios, esculpindo imagens variadas sem toque de pintura muitas vezes; José Parlá, que cria murais nas paredes, panéis ou telas com várias camadas, enaltecendo os traços visuais com graffiti e caligrafia; David Ellis, que realiza filmes de action painting performances e cria esculturas cinéticas que combinam materiais e instrumentos; Shepard Fairey expõe a sua arte através de registos estilísticos diversos, representando-as através de posters, de screen printings, de street paste-ups, murais, hand-cut stencil‘s e collage works; Banksy; Swoo. Com a evolução da conceptualização da Arte Urbana, foram surgindo novos artistas e novas técnicas que, por sua vez, fizeram evoluir a própria arte a novos paradigmas tecnológicos e artísticos.
A nível mundial, encontram-se espalhadas pelo globo e com cunho de artistas portugueses e de outras nacionalidades. Hoje em dia, poucos são os artistas que apenas se cingem ao seu país. O artista Alexandre Farto, Vhils, tem inúmeros ateliers por todos os continentes e com diversas obras em exposição.
Em conversa com alguns alunos Erasmus (ingoing e outgoing) da Universidade Fernando Pessoa, foi possível obter uma perspectiva mais aprofundada de como a Arte Urbana é recebida e encarada em diversos países, como a Holanda, a Grécia, a Coreia do Sul, a Guiana francesa, o Brasil e, ainda, a Bélgica e a Polónia. (Reportagem Arte Urbana no Mundo vocaliza essas visões da arte.)
![]() Obra "A Invicta" do artista HazulObra de Hazul, na Trindade, no Porto. | ![]() Obra "porto Nobre e Leal" Mr. DheoObra de Mr. Dheo, na Trindade, no Porto. | ![]() Obra "Porto Nobre e Leal" Mr. DheoObra de Mr. Dheo, na Trindade, no Porto. | ![]() Obra "Porto Nobre e Leal" Mr. DheoObra de Mr. Dheo, na Trindade, no Porto. | ![]() Obras de Arte Urbana LivreMural da Restauração, no Porto. |
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![]() Obra de Arte Urbana LivreMural da Restauração, no Porto. | ![]() Obras de Arte Urbana LivreMural da Restauração, no Porto. | ![]() Obra do artista Mr. DheoObra no edíficio, junto do Burguer King, em Matosinhos. | ![]() Obra do artista Mr. DheoObra no edifício junto ao Burguer King, em Matosinhos. | ![]() Obra anónimaMural em edifício de Matosinhos. |
![]() Obra anónimaMural de edifício junto à Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. | ![]() ObraMural na lateral de edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. | ![]() ObraMural na lateral do edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. | ![]() ObraMural na lateral de edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. | ![]() ObraMural na lateral de edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. |
![]() ObraMural na lateral de edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. | ![]() Obra de alunosMural na lateral de edifício escolar, na Rua Augusto Gomes, em Matosinhos. |
Mundo Digital - Difusão de Arte Urbana
A História Mundial está repleta de mudanças paradigmáticas e sociais, despoletadas pelos avanços tecnológicos e industriais, que por sua vez provocaram uma evolução nos campos da comunicação.
Há que evidenciar o paralelismo entre os paradigmas comunicativos e os paradigmas tecnológicos. Por um lado, os paradigmas tecnológicos referem-se aos panoramas tecnológicos num determinado período temporal e, quando estes panoramas têm necessidade de evolução, diz-se que ocorrem Revoluções de Paradigmas – surgimento de um novo paradigma, quando o anterior já não se adequa às necessidades das pessoas -. Das Revoluções de Paradigma, que representam mudanças significativas na sociedade, são exemplo na área tecnológica e comunicacional: a invenção da imprensa por Johannes Gutenberg, que permitiu a passagem de livros e escritos manuscritos para versões impressas, o que facilitaria o processo de transmissão de obras literárias e mensagens, a menos custo, a um maior número de pessoas, de forma mais rápida e eficaz; a “Aldeia Global” de Marshall McLuhan que designa a ideia de que com o surgimento das novas tecnologias, surgiram alterações substanciais nas relações de espaço e tempo na transmissão de informação, permitindo uma maior interligação entre os indivíduos a nível global e que com os avanços tecnológicos, de comunicação e de transporte, se tornou possível um aumento do fluxo de informações e pessoas; e, todos os processos de massificação que resultaram das revoluções industriais e da evolução da tecnologia, como a inovação em massa, a produção em massa e o consumo em massa (exemplo: indústrias, carros, televisões, outros produtos, etc…).
Por outro lado, têm-se os paradigmas comunicativos, referentes aos paradigmas de massificação da comunicação como processo de partilha e troca de ideias e dos meios de comunicação ou mass media. No século XXI surge uma maior partilha de ideias entre os indivíduos, despoletada pelo crescimento do alcance da Internet e pelo aumento de iniciativas inovadoras, sendo que a inovação torna-se um modelo de comunidades que se relacionam entre si e para os quais os indivíduos revelam uma tendência para a criação de novas plataformas e ideias que possam globalizar e rentabilizar.
Surge também uma grande alteração no panorama socio-cultural, com a mudança de uma postura de “economia das coisas” - segundo a qual os indivíduos são reconhecidos pelo que possuem – para uma “economia das ideias” - os indivíduos são reconhecidos pelo que partilham (ideias, imagens, vídeos, links, comentários, etc), com quem partilham, etc -. Sem dúvida, a maior novidade no campo da comunicação foi mesmo o desenvolvimento da World Wide Web (WWW), por Tim Berners Lee, que constituiu uma ferramenta para académicos e, mais tarde, numa rede de compras, de redes sociais, entre outros fenómenos.
Após todas estas evoluções tecnológicas e inovadoras, a Comunicação passou a ter um maior alcance e impacto através do digital e das plataformas online. A Web não diz respeito só a motores de busca e a redes sociais abarcando, também, plataformas online de partilha de informação, difusão de eventos, de divulgação de lançamento de produtos ou de marcas ou de tendências. No mundo da Web, cada plataforma tem características próprias e diferentes propósitos, criando uma distinção entre sites, blogs, vlogs, redes sociais.
Arte Urbana é uma temática que tem vindo a ganhar um crescente reconhecimento, nacional e internacionalmente. Os novos media e os meios de comunicação constituem os grandes catalisadores dessa difusão do movimento através de múltiplas plataformas, desde blogs (Mistura Urbana), de sites, de galerias, de redes sociais e, por fim, de aplicações digitais.
As aplicações digitais são o elemento mais recente de investimento digital em Arte Urbana, possibilitando a visualização das localizações geográficas das obras nas cidades e dando acesso aos artistas que as realizam. Assim surgiu a aplicação Urban Art Portugal, desenvolvida pelo estúdio de web e mobile design Start Native do Porto, na forma de um mapa de Portugal e com o intuito de permitir a possibilidade de explorar artista, facilitando o acesso através de indicações geográficas e disponibilizando fotografias de qualidade superior. Surgiu, igualmente, a Lisbon Street Art, criada pela empresa de programação e design Twistagg em parceria com a Galeria de Arte Urbana de Lisboa e que se dedica à exploração de percursos de obras de Arte Urbana na cidade de Lisboa, que também usa o fenómeno de geolocalização para orientar os apreciadores da arte às respectivas obras. Qualquer uma das aplicações digitais está disponível, gratutitamente, na Google Play, sendo que a Urban Art Portugal está disponível na App Store e para além disso, permitem visualizar obras que possam já não estar nas zonas geográficas em se inseriam.

Aplicação digital Urban Art portugal, com visualização das obras de arte urbana pelo país.

Aplicação digital Urban Art Portugal, com visualização das obras de arte urban no Porto.

Aplicação digital Urban Art Portugal tem ainda a funcionalidade de identificação da obra, geograficamente e com o nome do artista.

Aplicação digital Urban Art portugal, com visualização das obras de arte urbana pelo país.